Nas primeiras décadas do século XXI, as proposições epistemológicas do feminismo negro e decolonial tornaram-se incontornáveis para as ciências sociais, para a filosofia e para o debate público contemporâneo. Um conhecimento que se propõe a questionar os fundamentos do racionalismo ocidental, do eurocentrismo do conhecimento científico e da prática política dos movimentos sociais progressistas passou a ser uma alternativa para inovações metodológicas e teóricas no campo do conhecimento e da ação política. Pela sua relevância na atualidade, torna-se imperiosa uma reflexão aprofundada sobre as bases epistemológicas do pensamento negro e decolonial a fim de observarmos seus avanços e limites. Com esse propósito, este curso se debruçará sobre a produção de duas intelectuais relevantes no mundo americano e europeu, a saber: Lélia Gonzalez e Francoise Vergès, respectivamente. Para tanto, faremos exposição sobre a trajetória e a formação acadêmica das pensadoras num primeiro momento, na sequência investiremos nos fundamentos teóricos da produção intelectual das autoras, nas suas inovações teórico-conceituais, nos possíveis diálogos entre elas e nos desafios que suas contribuições impõem para o debate público nos dias atuais.