O curso pretende oferecer inicialmente uma visão panorâmica do romantismo alemão, situando a atuação do grupo de Jena – Caroline Schlegel-Schelling, Dorothea Veit, August e Friedrich Schlegel, Novalis, Schelling, Schleiermacher, Tieck – e sua importância para a literatura, estética e filosofia. Esse grupo tem por característica a ideia de que toda criação artística, filosófica ou poética é uma produção coletiva (consciente e inconsciente), que traz ao mesmo tempo a marca singular, a individualidade, a idiossincrasia do criador. Filosofar e poetizar em conjunto é a palavra de ordem criada por Schlegel e Novalis, que também introduziram a concepção de que a forma mais adequada de expressão filosófica, poética e crítica é o fragmento – uma maneira de incitar o leitor à reflexão. O ideal de criação coletiva é entendido pelo romantismo como um trabalho coletivo, em progresso, que culmina na realização de uma nova mitologia.

A segunda metade do curso será dedicada a mostrar como E. T. A. Hoffmann incorporou as ideias do romantismo em seus contos fantásticos. Ela terá como foco as diversas figuras de artista que aparecem em suas narrativas – artistas canhestros, malsucedidos, rejeitados –, mas que proporcionam, pelo avesso, uma visão do que é a verdadeira arte e, por tabela, apontam para a existência de uma vida outra. As personagens fracassadas, doentias, de Hoffmann, como Natanael de O homem da areia, são o ponto culminante de um exercício de compreensão da singularidade, da diferença, do outro.

AULA 01 – o grupo romântico de Jena

AULA 02 – a figura do artista na literatura fantástica de Hoffmann