Houve um tempo em que pesquisadores que falavam sobre a ascensão irresistível de um fascismo contemporâneo eram vistos como propagandistas irresponsáveis. Ao que parece, esse tempo passou. Ficou claro como o sol que estamos envoltos em uma normalização sem precedentes de discursos e ações que apontam para a ascensão global de um fascismo de nova ordem. Nesses encontros, gostaria de atualizar a tópica das relações entre fascismo e estrutura psíquica da individualidade moderna. Não se trata de psicologizar fenômenos políticos mas, ao contrário, mostrar como tais fenômenos respondem a conflitos sociais presentes na formação e socialização dos indivíduos. Maneira de lembrar que o inconsciente é a sociedade esquecida de si mesma. A ascensão do neoliberalismo construiu novas formas de sofrimento psíquico, das quais o fascismo pode ser uma resposta coerente. Catastrófica, mas coerente.

AULA 01 – Uma era de crises psíquicas: novas formas de sofrimento no interior da era neoliberal

AULA 02 – A tese do fascismo estrutural. Recusando a tese do fascismo histórico