Ruínas da política e mutação psíquica no capitalismo tardio

O curso parte do diagnóstico dos múltiplos esgotamentos que atravessam o mundo contemporâneo — ecológicos, subjetivos, políticos, sensoriais — para propor uma investigação das condições de possibilidade da ação e do pensamento hoje.


Para isso, será preciso superar a oposição tradicional entre “micropolítica” e “macropolítica” e adotar uma perspectiva metabólica do capital: um sistema que não apenas transforma ambientes, mas modula afetos, organiza os desejos, governa os corpos e molda os regimes de sensibilidade. O capital não opera apenas sobre as coisas — ele atravessa os modos de vida, os prazeres e as estratégias existenciais.


A proposta é compor uma paisagem investigativa multiespécie, capaz de sustentar uma imaginação radical do presente. Seguimos o alerta de Elizabeth Povinelli ao não perder de vista a “catástrofe ancestral” do colonialismo, nem os efeitos contínuos da conversão do mundo vivo em recurso, da mobilização infinita e da exaustão das forças agentivas que sustentam os desejos de libertação.


As paisagens do esgotamento, entendidas como zonas vivas de percepção e antecipação, podem também anunciar a revolta. Por isso, o curso se dedica a investigar como essas zonas abrem espaço para a ação política e para o pensamento como práticas de reexistência.


As reflexões serão conduzidas a partir de quatro autores centrais: Félix Guattari, Franco Berardi, Elizabeth Povinelli e Jonathan Crary.



AULA 01 – O fim do futuro (dos modernos): colapso psicossistêmico e subjetivação fascista


AULA 02 – Sublevação terrestre e o esgotamento do político como “arte de governar”: solidariedade entre mundos arrasados

2 aulas / 1h cada

59,90


Formato: 2 aulas on-line gravadas

Carga horária: 1h / aula, totalizando 2hs.

Haverá emissão de certificado.

ASSINATURA / ACESSO ILIMITADO

12 x R$ 29,90

ou R$ 299 à vista


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Alana Moraes é doutora em antropologia pelo Museu Nacional da UFRJ, pesquisadora e professora do CAAF, centro de arqueologia e antropologia forense da UNIFESP, onde coordena o curso de especialização Direitos Humanos e Lutas sociais.

Para Félix Guattari, um dos idealizadores da esquizoanálise, enfrentar os problemas complexos do capitalismo tardio envolve adotar uma atitude filosófica e uma abordagem política que deem conta da fugacidade desordenada desse sistema. Se o discurso capitalista insiste na “molaridade” dos fenômenos, operando por processos rígidos de unificação ou binarização conceitual, Guattari declara que a revolução anticapitalista deverá ser “molecular”, isto é, uma revolução que flua em várias direções ao mesmo tempo, operando em múltiplos níveis de forma dinâmica e mutável, a fim de combater o capitalismo no nível da própria existência. ⁠

ANTROPOCENO / ECOLOGIA / FILOSOFIA

Introdução ao pensamento da filósofa Elizabeth Povinelli, que aborda questões cruciais do Antropoceno, em especial os modos de relacionar vida e não-vida.


2 aulas / 1h cada

49,90

ECOLOGIA / ANTROPOCENO

Apresenta Bruno Latour e o impacto do que propõe junto ao pensamento contemporâneo, passando da noção de Natureza para a de Gaia.



2 aulas / 1h cada

49,90

ARTE / DECOLONIAL / ANTIRRACISMO / HISTÓRIA

Em História potencial, Ariella Aïsha Azoulay investiga as origens e os efeitos do imperialismo, entendido como uma máquina de dominação política mas também ontológica.


2 aulas / 1h cada

49,90